Informação Sindical

NOTA INFORMATIVA: REUNIÃO COM A DGAJ:

O Sindicato dos Funcionários Judiciais esteve reunido com a nova Diretora Geral da Administração da Justiça – Dr.ª Filipa Lemos Caldas, com uma ordem de trabalhos bastante extensa, e que passou pela abordagem muito concreta dos problemas com que estes profissionais se deparam no seu dia a dia, e outros que são extensivos à própria carreira, nomeadamente as ações judiciais.

A reunião decorreu em clima de colaboração mútua, tendo a Sr.ª Diretora Geral demonstrado vontade de resolver muitos problemas que já estão pendentes há demasiado tempo, e que urge arranjar uma solução para o bom funcionamento dos serviços.

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MOVIMENTO ORDINÁRIO DE 2025:

O Sindicato dos Funcionários Judiciais alertou que no ofício, e respetivo anexo, de abertura do movimento ordinário para 2025, deveriam constar todos os lugares vagos  existentes, cumprindo o que o EFJ prevê, nomeadamente todos os que estão ocupados em regime de substituição, situação que não tem ocorrido, violando o nosso estatuto, ainda em vigor, facto que a Sr.ª Diretora Geral concorda, já que os critérios para a efetiva colocação de oficiais de justiça devem ser claros, tendo-se comprometido a analisar, pondo fim às injustiças que hoje existem, criando critérios claros para estas colocações.

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MAPAS DE PESSOAL:

O Sindicato dos Funcionários Judiciais deu conta que os mapas de pessoal estão totalmente desajustados, identificando situações concretas que comprometem o bom andamento dos serviços, situação que a Sr.ª Diretora Geral disse conhecer, mas que considera que nesta fase da negociação, essa desadequação dos Quadros de Pessoal vai ser revista, ao que SFJ respondeu que este tema tem de ser avaliado com muito cuidado, já que existem “expedientes”, nomeadamente a existência de organizações internas das Secretarias e Serviços do M.P ( por ex. os Js) que desvirtuam os mapas de pessoal, e que comprometem as funções a que estes profissionais estão adstritas, por “manobras” não consonantes com a lei, sem falar das acumulações que causam perturbações incomensuráveis.

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MEDICINA NO TRABALHO:

O SFJ deu conta à Senhora Diretora Geral que existem comarcas sem ter sido implementada a Medicina no Trabalho, outras que apesar de existir, não existe qualquer calendarização, e outras ainda, que não comportam o rigor que esta matéria deveria ter.

A matéria em questão é muito importante, reforçada pelo envelhecimento dos nossos profissionais, alguns que padecem de doenças graves, algumas delas que podem ser detetadas nesta sede, o que já aconteceu, e que a Diretora Geral se comprometeu a inteirar-se com mais pormenor desta temática, tomando as medidas adequadas à correção das falhas já identificadas.

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REGISTO DE ASSIDUIDADE: CRHONUS

O SFJ fez uma análise do regime de registo de assiduidade, apontando todas as deficiências recolhidas, ao que a Senhora Diretora Geral mostrou abertura em corrigir as suas anomalias, em articulação com o Sindicato, sugerindo que possamos, juntos, arranjar soluções para melhorar o sistema.

Concluímos dizendo que o CRHONUS deveria ter sido implementado com a formação adequada, explicando que deveria ser um sistema de assiduidade adaptado à realidade dos Tribunais, ao contrário do que foi feito, situação que provoca muita contestação, porque não existem procedimentos uniformes em todas as Comarcas, nomeadamente tempos de tolerância na entrada, a existência apenas de duas picagens( entrada e saída) em alguns Tribunais, e noutros 4 picagens (entrada, saída ao almoço, entrada no período da tarde e saída ao final do dia), exemplos que foram apontados e que provocaram na Sr.ª Diretora Geral uma resposta, a que iria aprofundar este assunto, no sentido de introduzir critérios uniformes e condizentes com o regime de trabalho, muitas vezes, flexível, por causa das diligências,  e que está a ser comprometido por um sistema demasiado rígido, e que deverá ser revisto.

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PAGAMENTO DO PERÍODO PROBATÓRIO:

O SFJ deu conta da sua preocupação sobre os procedimentos que estão aa ser levados a cabo pelos serviços da DGAJ, relativamente às notificações e pagamentos em cumprimento da sentença do Processo nº2073/09, tema que a Senhora Diretora Geral assumiu como muito urgente e que terá de ser resolvido o mais depressa possível.

Assim, e para nosso regozijo, comunicou que o assunto está a ser tratado como prioritário, estando a operacionalizar um novo sistema de notificação massiva, com o posterior pagamento, permitindo que todo o processo se irá desenvolver, quase em simultâneo, pondo fim ao anterior processo, que estava a gerar situações de desigualdade, que não se revê e que são inadmissíveis.

Ficou comprometida de, em poucos dias, nos dar conta da finalização da operacionalização deste sistema, situação que vamos acompanhar, diariamente, se for o caso, para que estes pagamentos sejam feitos em curtíssimo espaço temporal.

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FORMAÇÃO:

O Sindicato dos Funcionários Judiciais transmitiu à Sr.ª Diretora Geral o Plano de Formação que vai ser executado por este Sindicato, de âmbito nacional, alargado, abrangendo matérias das línguas às tecnologias, expondo de que seria importante que este tema pudesse ser articulado com o Centro de Formação da DGAJ, como outrora o foi, assunto que foi muito bem aceite, tendo sido transmitido de que esse objetivo merecia, da sua parte, a sua total concordância, e que podíamos/devíamos articular a Formação ministrada, e que em breve daremos conta destes desenvolvimentos.

Concluímos que para a melhor operacionalização e execução do Plano de Formação seria importante que algumas ações pudessem decorrer nos próprios Tribunais, situação que a Sr.ª Diretora Geral concordou, pelo que à medida que a Formação for implementada daremos conta dos lugares onde vai ser ministrada.

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CONTEM CONNOSCO, porque para nós, o que nos é devido, é URGENTE, E SEMPRE!

CONTINUAMOS JUNTOS!

JUSTIÇA PARA QUEM NELA TRABALHA!

Informação Sindical - 07fev2025

Nota Informativa conjunta – SFJ e SOJ – 4fev2025

O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) e o Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), na sequência do estabelecido em reunião anterior, têm mantido contacto com o Governo, nomeadamente com a Senhora Secretária de Estado da Administração Pública, Dra. Marisa Garrido, com quem se reuniram no dia 3 de fevereiro, no Ministério das Finanças.

Iniciada a reunião, e expostas as posições de ambas as partes – o Governo não negoceia em ambiente de luta e os Sindicatos não levantam os Avisos Prévios de Greve -impasse que se manteve, até que a Senhora Secretária de Estado da Administração Público propôs que se realizassem, nesta fase, reuniões de trabalho, a iniciar a 5 de fevereiro, se necessário duas vezes por semana, para que, perante propostas concretas, as partes pudessem aproximar-se e, posteriormente, com a pacificação do setor, pudesse ser assinado o Protocolo Negocial e a Proposta de Estatuto.

A proposta foi aceite pelos Sindicatos que requereram que estas reuniões ocorressem no Ministério das Finanças e, no que consideram importante, o prazo de conclusão do processo de revisão da carreira ficasse concluído até ao final de fevereiro.

O Governo aceitou e ficou estabelecido entre as partes que o processo fosse mantido sob reserva até se alcançar uma proposta final, o que foi aceite por todos

Os sindicatos não abdicam de lutar pela valorização e dignificação da carreira e mostram-se empenhados em respeitar o passado, garantir o presente e construir o futuro da carreira dos oficiais de justiça.

Carta Aberta do Presidente do SFJ António Marçal para a Srª. Ministra da Justiça

Cara Ministra Rita Júdice,

É com o maior respeito pelo cargo que ocupa, mas também com a firme responsabilidade de dar voz à realidade dos funcionários judiciais, que me dirijo a Vossa Excelência. Começo por lembrar que “preliminar” foi o voto de confiança que lhe demos em junho de 2024, com a esperança de que pudesse iniciar um caminho de resolução para os graves problemas que afligem os trabalhadores da Justiça e que, inevitavelmente, impactam negativamente os tempos de resposta do sistema judicial. Até ao momento, porém, nada de concreto aconteceu. Nem mesmo a letargia do Ministério da Justiça foi ultrapassada.
De forma irónica, é preciso reconhecer que há uma “única” área onde não se verifica qualquer letargia: no discurso propagandístico que insiste em afirmar que os problemas estão a ser resolvidos. Um exemplo claro disso é a referência às “milagrosas soluções de tramitação eletrónica” como o Citius no inquérito, que supostamente poupam “milhares de horas de trabalho” aos oficiais de Justiça. Santa ignorância! Quem trabalha diariamente nos serviços do Ministério Público sabe bem que essa não é a realidade.
Permita-me lembrar, Senhora Ministra, que as SEIVD – Secções Especializadas Integradas de Violência Doméstica – não cobrem todo o território nacional por uma razão elementar: não há funcionários suficientes para alocar a esses serviços.
Além disso, os 570 candidatos que deveriam ter iniciado funções no passado dia 20 de janeiro enfrentam desde já um elevado número de desistências. A “formação intensiva”, que agora começa, implica que apenas em fevereiro os corajosos que persistirem estarão efetivamente nas Secretarias.
É também de sublinhar que esta formação, realizada online, ocorre nas residências habituais dos candidatos, mas que, em breve, serão obrigados a deslocar-se para os tribunais, assumindo uma rotina de trabalho presencial que exige cinco dias por semana no local de trabalho. Para além disso, é frequente que o trabalho exceda o horário normal, sem qualquer tipo de compensação. No final do mês, como sucede com os que já exercem funções, os novos trabalhadores descobrirão que não existe qualquer suplemento de disponibilidade.
Senhora Ministra, fica-lhe mal – muito mal – produzir tais inverdades. Não pode ignorar que está pendente no Tribunal Administrativo e Central de Lisboa uma ação contra o Ministério da Justiça, com um pedido de reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça da União Europeia, cujo foco principal é o não pagamento do trabalho extraordinário. Também não corresponde à verdade que um Tribunal Superior tenha dado razão ao Governo nesta matéria. A ação, interposta em 2009, continua em recurso no Tribunal Administrativo do Sul, com conclusão ao Juiz em 7 de maio de 2024.
Na audição na Assembleia da República, Vossa Excelência furtou-se a responder às perguntas que lhe foram dirigidas sobre os trabalhadores judiciais. Enfrente os problemas e apresente soluções, como os sindicatos fizeram. Se analisar com “olhos de ver”, concluirá que a nossa proposta segue a linha adotada pelo Governo nas soluções encontradas para outras carreiras especiais. Abandone a demagogia e a palavra fácil e trabalhe seriamente na busca de soluções. Se assim o fizer, poderá contar com os trabalhadores. Caso opte por uma posição negacionista e demagógica, o silêncio do nosso protesto na abertura do ano judicial dará lugar ao troar do protesto veemente e robusto dos homens e mulheres que garantem o devir, lento mas devir, da Justiça.
É tempo de se fazer Justiça para quem nela trabalha!
António Marçal

NOTA INFORMATIVA – 22.01.2025

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA – REUNIÃO PLENÁRIA DO DIA 22 DE JANEIRO DE 2025

Apreciação da Petição n.º 161/XV/1ª

Respeitar os Oficiais de Justiça, melhorar as suas condições de trabalho e valorizar o seu estatuto de carreira para um normal funcionamento do sistema de justiça

O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) comunica a todos os associados e colegas que se encontra agendado no Parlamento para hoje, 22.01.2025, a partir das 15 horas, o debate/apreciação plenária da Petição n.º 161/XV/1ª – “Respeitar os Oficiais de Justiça, melhorar as suas condições de trabalho e valorizar o seu estatuto de carreira para um normal funcionamento do sistema de justiça”, na sequência de petição apresentada por este sindicato em 2023 (ver petição aqui), a qual foi subscrita por mais de 8 mil assinaturas.

Relembramos que após a audição do primeiro subscritor da Petição, António Marçal, Presidente do SFJ, (ver aqui), em dezembro de 2023, seguiram-se eleições, a tomada de posse de novo governo, e os consequentes atrasos na marcação do dia para a sua discussão, a qual terá lugar no dia de hoje.

O SFJ informa que o debate pode ser seguido através do Canal Parlamento, disponível na TDT, nos canais por cabo, no sítio da internet da Assembleia da República (www.parlamento.pt), na área do Canal Parlamento ou no Facebook do Canal Parlamento.

JUSTIÇA PARA QUEM NELA TRABALHA!

O Secretariado Nacional do SFJ

Informação Sindical - 22jan2025

COMUNICADO CONJUNTO (SFJ E SOJ)

O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) e o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) reuniram-se, dia 16 de janeiro, no Ministério da Justiça (MJ), com Sua Excelência, a Senhora Ministra da Justiça, Dra. Rita Alarcão Júdice, numa reunião que contou, igualmente, com a presença da Senhora Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Dra. Maria Clara Figueiredo, da Senhora Secretária de Estado da Administração Pública, Dra. Marisa Garrido, da Senhora Diretora-Geral, Dra. Filipa Caldas,  e dos respetivos staffs de apoio político e técnico.

Iniciada a reunião o Governo, afirmando respeitar a direito à greve, declarou que o processo negocial só se iniciaria se os Sindicatos retirassem os Avisos Prévios de greve, pois o Governo não se mostra disponível para apresentar um protocolo negocial sem a pacificação do setor.

O SOJ tomou a palavra e sobre a questão informou ao Governo de que, imbuído de boa-fé negocial, admite suspender – não retirar – o Aviso Prévio de greve que entregou a este Governo e que abrange as manhãs de quartas e sextas-feiras.

Relativamente ao Aviso prévio de greve que entregou ao Governo anterior e cuja greve se iniciou no dia 10 de janeiro de 2023 e decorre durante as tardes, considera o SOJ que a retirada desse Aviso Prévio, tal como se comprometeu publicamente, só poderá ocorrer se forem alcançadas as reivindicações que nele constam.

O SOJ tem dois Avisos prévios de greve e suspender um deles, sem qualquer contrapartida, já é demonstrativo da boa-fé negocial.

Questionado o SFJ, relativamente ao Aviso Prévio de greve que decorre durante o período de trabalho suplementar, considerou o SFJ que esse Aviso prévio cai, sem necessidade de ser retirado, logo que sejam pagas as horas suplementares pagas aos Oficiais de Justiça que trabalham depois do horário normal das secretarias judiciais, pelo que, relativamente a esse Aviso Prévio, cabe ao Governo dar resposta.

Após longa e acalorada discussão sobre a matéria, a Senhora Ministra da Justiça fixou data para uma nova reunião, dia 5 de fevereiro às 11h00, comprometendo-se a tentar, junto dos demais membros do Governo, a encontrar resposta concretas para apresentar aos Sindicatos e, assim, se possa então desenvolver o processo negocial.

Ficou ainda o compromisso, por parte do Governo, de que irá reunir com os sindicatos, até ao dia 5 de fevereiro, para que nessa data possam as partes assinar o protocolo negocial.

Os Sindicatos querem ser parte da solução, mas reservam-se no dever de exigir medidas concretas, pois há um histórico de incumprimento, perante os Oficiais de Justiça, por parte dos sucessivos governos.