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Discurso da náusea – Correio da Justiça – CMJornal
Numa sociedade mergulhada na incerteza e na perplexidade, as promessas são como ervas daninhas em solo fértil.
Anunciadas com fervor, com mudanças iminentes, palavras que ecoam como música aos ouvidos de quem anseia por melhorias.
No entanto, num ciclo interminável de esperanças e desilusões, o que se testemunha é a reiterada repetição de datas: é hoje, é amanhã, é esta semana. O cidadão, ansioso e descrente, vive num discurso de náusea expectante.
Eça, esse mestre das letras e da observação perspicaz da sociedade, erguer-se-ia do seu túmulo como espectro da consciência nacional, e confrontar os responsáveis do Ministério da Justiça, não hesitaria em tecer críticas mordazes àqueles que brincam com as expectativas do Povo.
Nele encontramos os heróis que representam a hombridade e a integridade, para inspirar os que detêm o poder.
Afinal, Eça descreveu com maestria a corrupção, a hipocrisia e a decadência moral de uma sociedade. As suas personagens, do padre Amaro ao conselheiro Acácio, são retratos vivos das fraquezas humanas.
No entanto, Eça também mostrou a possibilidade de redenção e reforma, como Carlos da Maia, que busca a regeneração, a purificação da sociedade.
Portanto, em tempos onde as promessas do governo são ditas como mantras vazios, que os responsáveis da Justiça olhem para as personagens de Eça, e nele encontrem inspiração na hombridade e na integridade, que redescubram o significado de servir o povo com honestidade e zelo.
Eça escreveu sobre uma sociedade que oscilava entre o brilho da esperança e a sombra da desilusão.
Assim a Ministra da Justiça se lembre das palavras de Eça de Queirós e transforme as promessas em ações concretas, restabelecendo a confiança do povo e restaurando a honra da nação.