Nos últimos tempos, tem-se assistido a uma prática preocupante por parte dos governos: negociar apenas com estruturas sindicais que não estejam em luta ativa. Esta estratégia, além de imoral, é um grave atentado aos princípios éticos que devem guiar a governação e uma violação da Constituição da República Portuguesa e das convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A Carta Magna assegura o direito à greve e à negociação coletiva, pilares fundamentais de uma democracia saudável. Já as convenções da OIT proíbem a discriminação sindical e garantem que todos os trabalhadores, independentemente da sua ação reivindicativa, sejam representados.
Ao excluir os sindicatos em luta, os governos promovem divisões artificiais entre trabalhadores, enfraquecem as reivindicações legítimas e ignoram a essência do diálogo social. Esta prática mina a confiança nas instituições e nos processos democráticos, sacrificando a justiça social em prol de interesses políticos de curto prazo.
Negociar é construir pontes, não erguê-las sobre o silêncio da luta.