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Informação Sindical 2 de Agosto de 2010





Nos últimos dois meses o SFJ teve
várias reuniões de trabalho com uma
equipa da DGAJ dirigida pela Sr.ª Subdirectora-geral
, tendo em vista a
elaboração de um documento de trabalho a apresentar ao Ministério da Justiça no âmbito da revisão do Estatuto dos Funcionários
Judiciais (EFJ).

  • Como questão prévia à análise e discussão das
    eventuais alterações ao referido Estatuto este Sindicato chamou mais uma vez a
    atenção para a necessidade da integração no vencimento, do suplemento de 10%
  • Reiteramos a nossa posição que ao actual EFJ
    bastam algumas alterações para que seja um instrumento válido na dignificação
    da nossa carreira e, simultaneamente, uma ferramenta eficaz em termos de gestão
    de recursos humanos.
  • Assim, voltamos a considerar que o aumento da
    exigência de ingresso, a reestruturação das categorias da carreira e a
    consequente requalificação dos conteúdos funcionais são essenciais para uma
    resposta eficiente às novas exigências.
  • Também um maior rigor nos procedimentos de
    acesso, indispensáveis para a existência de chefias capazes de responderem
    cabalmente às novas exigências é um aspecto que, responsavelmente, defendemos.
  • Reforçamos a ideia da necessidade de uma
    estratégia formativa adequada, como garante do bom desempenho dos profissionais
    nos seus postos de trabalho, face às constantes alterações das regras
    processuais bem como das ferramentas tecnológicas disponibilizadas.
  • Propusemos a criação de bolsas de oficiais de
    justiça, como forma de responder eficientemente às necessidades de reafectação
    de funcionários em situações de urgência. Estas bolsas, preenchidas em sede de
    movimento, teriam uma área territorial mais alargada e coexistiriam com a
    actual forma de afectação a uma secretaria específica.

 

Após esta audição do SFJ, a DGAJ
elaborará agora uma proposta de alterações a submeter à consideração da
Secretaria de Estado que, depois de revista e ratificada, será então enviada
aos Sindicatos como anteprojecto de alteração ao Estatuto, iniciando-se então a
devida fase negocial. Neste particular alertámos desde logo, que não
aceitaríamos que a referida negociação decorresse no período de férias
judiciais por razões óbvias. Todavia esperamos o envio do respectivo documento
ainda durante o mês de Agosto.

Estivemos também reunidos com o Secretário de Estado da
Justiça e da Modernização Judiciária, sobre a nova estratégia de informatização
dos tribunais
. Nesta reunião, para além de várias propostas, realçámos o
papel preponderante desempenhado pelos oficiais de justiça no desenvolvimento
de soluções de tramitação electrónica dos processos que, afinal constituem o
único suporte informático funcional existente até hoje nos tribunais e que tão
útil tem sido.

Estivemos também presentes na reunião de Julho do Conselho Consultivo
da Justiça. Em debate, as propostas de alteração ao Regime da Acção Executiva e
dos efeitos do PEC na Justiça.

Quanto à Acção Executiva o
Governo reconheceu, ao fim de 7 anos (?!), que "fez asneira". De facto ao
retirar as execuções dos tribunais, estas não ficaram mais eficazes e muito menos
mais baratas para o cidadão. Pelo contrário.

Agora tenta-se, de uma forma
envergonhada, emendar o erro.

A proposta apresentada prevê o
"regresso" para a competência dos oficiais de justiça de títulos executivos que
estão agora na esfera exclusiva dos solicitadores de execução.

Naturalmente que, desde logo,
chamamos a atenção para a necessidade de reforço do quadro de funcionários e
respectiva formação especifica, bem como a criação de secretarias de execução
por todo o País.
 

Quanto aos efeitos do PEC na
Justiça, interpelamos directamente o Sr. Secretário de Estado sobre eventuais
efeitos relativamente à admissão de novos funcionários para os tribunais, tendo
o mesmo referido que tem bem a noção da "assustadora" carência de oficiais de
justiça, pelo que o Ministério da Justiça espera que o Governo (leia-se
Ministério das Finanças) descongele brevemente novas admissões.
 

Depois de várias interpelações
nossas, aguardamos informação concreta da DGAJ, relativamente ao pagamento das mudanças de escalão remuneratório.
Obviamente que não está em causa o respectivo direito adquirido, mas o atraso
no devido pagamento, nalguns casos de vários meses, é incompreensível.

 
Durante este mês, e até meados de
Setembro, o sindicato tem em aberto
inscrições para formação em várias áreas,
designadamente em Processo Civil,
Processo Penal e Custas. Os locais para realização das acções estão dependentes
da existência de um mínimo de 14 formandos em cada local. Em breve estará
disponível na nossa página o formulário de inscrição.

O SFJ, estabeleceu protocolo com o Instituto Superior Bissaya Barreto (ISBB)
que garante aos seus associados e familiares melhores condições de pagamento
nos cursos ministrados naquela prestigiada entidade do ensino superior sedeada
em Coimbra.

Foi igualmente assinada um
protocolo com o Barclays Bank que garante melhores condições aos associados do
SFJ no acesso aos serviços desta instituição financeira.
 

A terminar, porque o tempo é de
férias e os oficiais de justiça bem as merecem, BOAS FÉRIAS a todos!

 
Lisboa, 2 de Agosto de 2010

O Secretariado
Nacional

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Falecimento

O SFJ comunica a todos os associados que faleceu no dia 30 de Julho de 2010, o Dr. José Mendonça, vítima de doença.
Antigo oficial de justiça e associado deste sindicato, José Mendonça licenciou-se em direito e, como advogado, passou a colaborar com o SFJ na defesa dos direitos dos seus ex-colegas, numa ligação de mais de vinte anos.
Nesta hora de tristeza apresentamos as nossas sentidas condolências à sua Familia, com quem partilhamos a dor da partida abrupta de um homem que sempre disse continuar a ser um dos nossos.
O Secretariado

Entrevista do Ministro da Justiça ao Público

As ferramentas informáticas são importantes, mas não substituem os funcionários. Há dias o secretário de Estado contabilizava que faltavam entre 800 a 1200 oficiais de justiça. Como vão responder a esta falta de recursos humanos?
 

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Resposta ao Secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária

O Sindicato dos Funcionários Judiciais manifesta o seu veemente repúdio e indignação pelas lamentáveis declarações proferidas pelo Secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária, José Magalhães, no âmbito de uma audição na 1ª Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na Assembleia da República, na passada terça-feira, 25 de Maio, quando se refere à "incapacidade" e incompetência" dos oficiais de justiça, conforme se pode constatar no vídeo anexo.

O Senhor Secretário de Estado ou não sabe do que falou e então não devia dizer nada, ou então sabe bem o que se passa nos tribunais e mentiu e insultou os oficiais de justiça o que é lamentável!

Não pode aquele governante atirar para os oficiais de justiça as culpas da ineficiência das reformas feitas pelos governos de que fez e faz parte. E aqui incluímos, sem qualquer dúvida, a reforma falhada com a introdução do Regulamento das Custas Processuais (RCP).

Mas, e ao que agora importa reagir, é ao facto de o Secretário de Estado da Justiça e da Modernização da Judiciária – alegando uma pretensa comunicação de um magistrado (?) – ter dito que o não funcionamento de novo regime se deve á recusa dos funcionários «em aplicar» o sistema de informação de custas processuais (SICPRO), por alegadamente "não saber" e culmina dizendo que se não sabe, que aprenda, que peça aos colegas, "que vá para casa» " (sic).

Apesar da reconhecida arrogância e até prepotência deste Senhor Secretário de Estado, é preciso ter muita lata para se dizer isto!

Se o senhor Secretário de Estado tivesse lido o Diário da República, 1.ª série – N.º 40 – 26 de Fevereiro de 2008 e o DL n.º 34/2008, além das importantes considerações e compromissos do respectivo prólogo poderia ainda constatar o que diz o artigo 21.º.:

«o Ministério da Justiça obriga -se a promover, durante o ano de 2008, um plano de formação dos funcionários de justiça que tome em consideração as alterações ao sistema das custas processuais e ao sistema informático correspondente.».

Sabe o senhor Secretário de Estado se esta obrigação foi cumprida? Não sabe! Mas nós sabemos: NÃO FOI!

E tem o SFJ toda a autoridade e legitimidade para falar e criticar esta incapacidade do Ministério da Justiça, pois este Sindicato colocou no terreno um plano de formação sobre o RCP (algumas vezes em articulação com a Ordem dos Advogados). Formação dada, Senhor Secretário de Estado, nas horas de descanso dos funcionários, mas com participações de centenas deles! Mas é claro que não conseguimos chegar a toda a parte. Essa era, e é, uma obrigação que o Ministério da Justiça atribuiu a si próprio. Pena é que não tenha cumprido.

Além do mais, sendo o Dr. José Magalhães um entendido nas Tecnologias da Informação e da Comunicação sabe que uma das razões do mau funcionamento do sistema é também culpa do Ministério, que mantém em serviço redes mal dimensionadas e hardware que não corresponde ás necessidades. Conhece, de certeza, situações como a demora na abertura e lentidão dos computadores e dos acessos ( entre 45m a 1 hora), que os Tribunais na sua relação com a empresa fornecedora dos serviços são tratados em posição inferior face a bancos ou seguradoras, (os serviços estão estratificados e dão acesso à informação mais rapidamente a quem melhor paga e a justiça fica para as sobras porque paga menos); não pode deixar de saber que os telefones para VOIP foram instalados em muitos tribunais há mais de dois anos e continuam desactivados. Foram milhares senão milhões de euros gastos e que não estão aproveitados, mas o ITIJ com isso ganhou um prémio de inovação e eficiência nas comunicações. Seria cómico, se não fosse grave!

Não pode deixar de saber que nestes últimos anos alguns programas feitos e acompanhados por empresas da especialidade com contratos de 300.000 € ano e que para além destas importâncias pagaram de serviços "extras" quase mais 500,000 €, mas que não funcionam.

Se os tribunais tem hoje um programa de tramitação processual, por todos reconhecido como de qualidade, isso deve-se ao esforço, dedicação e competência de uma equipa de oficiais de justiça, que certamente mereceria de V. Exª. outro tratamento e, sobretudo, respeito!

Esperamos assim um pedido de desculpas por parte do Ministério da Justiça, nesta afronta e desconsideração a uma classe que tudo tem feito para não deixar cair ainda mais a credibilidade e a eficiência da justiça.

Por fim lembrar aos actuais líderes do Ministério da Justiça que continuamos à espera de resposta a uma proposta que fizemos para aumento da qualificação dos oficiais de justiça, sem custos para o Estado, aproveitando pelo contrário o saber e a experiência de uma entidade pública do ensino superior.

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Video da ARTV – (ver 3h34m)