No país dos navios em apuros há quem prefira o discurso do “não se passa nada” e continuar a assobiar para o lado, ou ainda quem prefira o discurso da opressão, do medo e da coação. Praticamente todos os serviços públicos, devido à falta de investimento de anos a fio, está em sérias dificuldades.
Os trabalhadores desesperam para poderem fazer o seu trabalho em condições dignas e eficazes. As greves são o pulsar do descontentamento generalizado dos trabalhadores da administração pública. O barco da Justiça há muito que mete água, mas com o tempo, aquilo que eram pequenos furos no casco, foram ganhando uma dimensão impossível de gerir e, atualmente, já são rombos gigantescos levando à impossibilidade de uma navegação tranquila, sem uma paragem obrigatória para a sua reparação. É sabido que em mares revoltos, a robustez das embarcações é essencial.
Por mais coagidos que sejam os marinheiros para continuarem a navegar, por mais vontade que estes demonstrem com a força do seu trabalho e empenho, nada poderá evitar o fim anunciado. Empatar o jogo nestas circunstâncias não resulta. O melhor será retirar a embarcação da água e consertá-la de vez.