Notícias

Vários tribunais encerrados na comarca de Viseu no segundo dia de greve dos funcionários judiciais

Sindicato dos Funcionários Judiciais alerta que se não saírem soluções da reunião agendada para hoje com o Ministério da Justiça os protestos dos funcionários judiciais vão continuar

Sindicato dos funcionarios judiciais em greve à frente do tribunal de Viseu

Nove tribunais da comarca de Viseu estão esta quinta-feira encerrados devido à greve dos funcionários judiciais. Além destes encerramentos, vários serviços no tribunal de Viseu estão sem trabalhar.

Hoje é o segundo dia de protestos e não há serviços mínimos, apontando o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) para uma adesão superior a 90 por cento.

“Estão encerrados os tribunais de Armamar, Castro Daire, Moimenta da Beira, Mangualde, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Tondela e Vouzela. No Palácio da Justiça de Viseu estão encerrados o juízo local criminal, juízo de instrução criminal, juízo central criminal, juízo central de execuções, juízo central cível e o juízo de trabalho”, explicou Luís Barros, do SFJ.

Quanto aos serviços a laborar, “temos a trabalhar apenas o juízo local cível, na central está um funcionário a trabalhar e no Departamento de Investigação e Ação Penal [DIAP] estão três funcionários”, acrescentou.

“Existem constrangimentos, o que lamentamos pelas pessoas, mas temos que continuar a luta.” Andamos há muitos anos com várias reivindicações que não são resolvidas e não vamos baixar a guarda”, garantiu Luís Barros.

O sindicalista alerta que se não saírem soluções da reunião agendada para hoje com o Ministério da Justiça os protestos dos funcionários judiciais vão continuar.

“Se não houver abertura, como não tem havido até agora, vamos continuar a luta e amanhã iremos reunir o secretariado nacional do sindicato, em Fátima, e iremos projetar novas formas de luta até dia 15 de julho, início das férias judiciais”, explicou.

Já no dia de ontem, onde eram exigidos os serviços mínimos, houve “uma forte adesão dos funcionários, com a maior parte dos tribunais em serviços mínimos e outros encerrados, como Armamar e São João da Pesqueira”.

Entre as principais reivindicações dos funcionários judiciais estão o preenchimento dos lugares vagos na carreira, a abertura de procedimentos para o acesso a todas as categorias da carreira, a integração do suplemento de recuperação processual no vencimento, a inclusão num regime especial de aposentação e de acesso ao regime de pré-aposentação e a revisão do estatuto profissional.

“O sindicato estava na disponibilidade de suspender a greve se houver uma abertura por parte do MJ relativamente à integração do suplemento e das promoções, vamos ver se hoje há essa abertura e depois logo se verá”, disse, alertando que há ainda muitas outras coisas por resolver.

“O nosso estatuto socioprofissional que andamos há mais de 10 anos, já oi publicado em dois orçamentos de estado e não foi cumprido, a questão do suplemento já vem de 1999. Os funcionários trabalham horas extraordinárias em excesso e não são compensados, assim como também não são compensados por exercer unções de nível superior à categoria que têm, ou seja, há uma desmotivação total”, alertou.

Luís Barros fala ainda na falta de profissionais, “são 1200 no país, 30 deles só na comarca de Viseu. E em breve deverão sair mais 19 funcionários”, frisou.

in – https://www.jornaldocentro.pt/noticias/diario/varios-tribunais-encerrados-na-comarca-de-viseu-no-segundo-dia-de-greve-dos-funcionarios-judiciais – foto de Igor Ferreira

Julgamento de rede luso-chinesa adiado devido à greve dos funcionários

O início do julgamento de uma rede luso-chinesa de tráfico e comércio ilegal de meixão (enguia bebé) para o mercado asiático foi hoje adiado no Tribunal de Aveiro devido à greve dos funcionários judiciais.
Julgamento de rede luso-chinesa adiado devido à greve dos funcionários

A primeira sessão do julgamento estava marcada para esta manhã, mas acabou por não se realizar devido à paralisação convocada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais, que se iniciou na quarta-feira e se prolonga até 05 de maio.

No banco dos réus iriam estar sentados quatro arguidos, incluindo um cidadão chinês, que estão acusados dos crimes de associação criminosa, contrabando e dano contra a natureza.

O processo tem ainda mais dois cidadãos chineses como arguidos que vão ser julgados à parte por não terem sido localizados.

O caso resultou da operação “Saragaço”, levada a cabo pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em março de 2018, que culminou com a maior apreensão de meixão registada até então em Portugal, cerca de 600 quilogramas, avaliados num valor superior a um milhão de euros.

Durante a operação foram realizadas várias buscas a residências em Aveiro e Coimbra, bem como a um viveiro de aquacultura, tendo sido encontrados 28 tanques com quase 500 quilos de meixão vivo, mais de 100 quilos de meixão congelado divididos em vários sacos, cerca de 32 mil euros em dinheiro e mais de uma centena de malas de viagem.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, o cabecilha da rede era um empresário chinês a residir na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, que se dedicava à compra de meixão a apanhadores/pescadores, que depois era colocado em viveiros e enviado para o mercado asiático por via aérea, no interior de malas de viagem.

A rede envolvia ainda três homens de nacionalidade portuguesa que colaboravam com o principal arguido na recolha do meixão junto dos apanhadores, transporte e colocação em viveiros, além de tratarem de questões logísticas.

O MP diz ainda que o principal arguido procedeu à angariação de pessoas em países asiáticos a quem pagava todas as despesas de deslocação para Portugal e estadia em território nacional tendo como único objetivo fazerem o transporte do meixão vivo.

Por forma a manter o meixão vivo durante o tempo necessário à organização das referidas viagens e até acumularem as quantidades necessárias, os arguidos utilizavam um viveiro de aquacultura e várias habitações onde montaram ou construíram tanques com água.

O meixão vivo é uma espécie protegida pela convenção CITES em virtude de nos últimos anos as suas populações terem diminuído em mais de 70%, tendo elevada procura nos mercados asiáticos, quer na gastronomia, quer para fins agrícolas, onde chega a atingir um preço elevadíssimo.

in – https://www.noticiasaominuto.com/pais/2308628/julgamento-de-rede-luso-chinesa-adiado-devido-a-greve-dos-funcionarios